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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Tanto tempo

Depois de dois anos sem escrever, ou postar algo, resolvi voltar a ativa do que tanto gosto... Escrever, ler, enfim. Colocar o Blog Hortus Dei a ativa novamente...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A Regra de ouro entre o amor e a justiça

Omnia quaecumque vultis ut faciant vobis homines, et vos facite illis” (“todas as coisas que quiserdes que vos façam os homens, também fazei-as a eles”) é a clássica fórmula evangélica (Mt 7, 12) para o que Tomás de Aquino e seus contemporâneos conheciam como a “regra de amor ao próximo” (“regula dilectionis proximi”).  Tal regra de reciprocidade é frequentemente assumida como contendo um significado moral, compartilhado em diversas culturas, seja em sua forma religiosa seja ainda em sua forma filosófica. O presente projeto no qual estou empenhada, juntamente com o seminarista Maurício, consagra-se em preencher uma lacuna no entendimento da interpretação de Tomás de Aquino da regra de ouro.
A “regra de amor ao próximo”, modernamente conhecida como regra de ouro, é uma parte essencial da ética filosófica e teológica do Aquinate. De acordo com seu entendimento teleológico da natureza, Tomás de Aquino sustenta que há uma tendência inerente ao ser humano em amar a si mesmo. Tendência essa que precede e acompanha toda outra obrigação da caridade, exceto a de amar a Deus.


Essa tendência ao amor de si parece entrar em conflito com as exigências da justiça e, sobretudo, em termos bíblicos, com as exigências teológicas do amor ao próximo e ao inimigo.

O objetivo principal do projeto é investigar a concepção tomasiana da regra de ouro entre o amor e a justiça como uma resolução para o aparente paradoxo existente entre as exigências da justiça e as do amor.

Oração de Santo Tomás de Aquino

Oração de Santo Tomás de Aquino para antes dos estudos

Quem é Deus? – perguntava o pequeno Tomás (ainda com cinco anos), puxando a longa manga de um venerável monge de Monte Cassino. A resposta convencional não satisfazia o desejo de saber daquele “frade” em miniatura. Seu pensativo silêncio não era de assentimento… E corria para junto de outro religioso: “Frei Mauro, quem é Deus?”
Este diminuto “monge” era o futuro Santo Tomás de Aquino, Doutor da Igreja que ilumina os firmamentos da Teologia até hoje, com sua inteligência transbordante de Fé.
Onde foi ele buscar tanto saber? De onde lhe vinha sua memória privilegiada? De quem herdara inteligência tão genial?
Confessava humildemente Santo Tomás ter aprendido mais em suas longas preces diante do Ssmo. Sacramento do que nos livros de teologia. A oração por ele composta é um reflexo de sua grande despretensão.

Oração:
Criador inefável, que, em meio aos tesouros de vossa Sabedoria, elegestes três hierarquias de Anjos e as dispusestes em uma ordem admirável acima dos Céus, que dispusestes com tanta beleza as partes do universo, Vós, a quem chamamos a verdadeira Fonte de Luz e de Sabedoria, e o Princípio supereminente, dignai-Vos derramar sobre as trevas de minha inteligência um raio de vossa clareza. Afastai para longe de mim a dupla obscuridade na qual nasci: o pecado e a ignorância.
Vós, que tornais eloqüente a língua das criancinhas, modelai minha palavra e derramai nos meus lábios a graça de vossa bênção.
Dai-me a penetração da inteligência, a faculdade de lembrar-me, o método e a facilidade do estudo, a profundidade na interpretação e uma graça abundante de expressão.

Fortificai meu estudo, dirigi o seu curso, aperfeiçoai o seu fim, Vós que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis nos séculos dos séculos. Amém.

sábado, 24 de julho de 2010

Primeiro passo

Tenho pensado tanto, e por tantos dias tenho chorado.
As dúvidas que percorrem minha vida, o medo, as inquetações, e o grito do meu coração!


Todo homem tem sua honra,

Respeitado ele quer ser;
Alguns pontos para ele são vitais.
Ele tem o seu orgulho, e também não vai ceder
"Atitudes que parecem tão banais..."

É preciso ter coragem pra poder se humilhar,
Renunciar sua vontade e se entregar.
É preciso muita força, pra se jogar ao chão
E reconhecer a nossa condição.

Renunciar o próprio eu é difícil pra valer;
Muito mais do que se pode imaginar.
Renunciar o próprio eu é o primeiro passo a dar.

Quando alguém renuncia é um gesto de amor;
É a prova mais forte de valor.
Quando "eu não mais vivo mas Cristo vive em mim"
Todos os meu problemas vão ter fim.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cristo está realmente presente na Eucaristia?

Fonte: Arautos do Evangelho

Texto de José Luís de Melo Aquino – 3º ano Teologia
Como falar de um mistério, daquilo que a nossa razão não consegue penetrar? Somente fazendo curvar a razão e dando vazão à Fé. Assim, podemos destilar da doutrina Católica o princípio de que, para estudar teologia, devemos sempre partir da Fé, para depois aplicar o nosso intelecto e concluir sempre com um novo ato de Fé, pois, melhor parece ser amar aquilo que nos excede e compreender o que nos é inferior.
Sendo o mistério algo insondável para o nosso intelecto devemos crer, celebrá-lo, e dele viver considerando-o com os olhos da fé; fazendo dela e da razão, uma unidade. Ao longo do estudo, a Fé auxiliar-nos-á naquilo que a razão não alcança, no entanto, sem excluí-la.
 Entre os mistérios que a Igreja Católica prega, um dos mais augustos e admiráveis é o da Transubstanciação, pois nele "está contido o Cristo inteiro sob cada espécie e sob cada parte de cada espécie".[1] Mas como? Somente é explicável por um milagre: toda a substância do pão se converte na substância do Corpo de Nosso Senhor e toda a substância do vinho na substância do Seu Preciosíssimo Sangue.


Pronunciadas as palavras da consagração - Isto é o meu Corpo; Este é o cálice do meu sangue - Nosso Senhor Jesus Cristo passa a estar presente instantaneamente[2] em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, sob as espécies do pão e do vinho. O que quer dizer "sob as espécies"? Nada mais, nada menos, opera-se o milagre da transubstanciação, a substância do pão e do vinho deixam de estar presentes dando lugar à substância do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, mas mantendo os acidentes do pão e do vinho, o que naturalmente é impossível, pois o que sustenta os acidentes é a substância. Uma vez que a substância do pão ou do vinho deixam de estar presentes os acidentes também deveriam desaparecer, mas na Eucaristia não se dá isso; os acidentes permanecem (cor, odor, etc.) e a substância muda,[3] "porque a Deus tudo é possível" (Mt 19,26).

Na Eucaristia, essa presença se dá de duas formas. Em primeiro lugar por força do sacramento, por outras palavras, na consagração da espécie do pão é dito: "Isto é o meu Corpo;" por virtude do sacramento ali está exclusivamente presente a substância do Corpo de Cristo. Da mesma forma em relação à espécie do vinho, é dito: "Este é o cálice do meu sangue..." sob essa espécie está presente exclusivamente a substância do Sangue de Cristo. Por outro lado, por razão de concomitância, ou seja, onde está presente um, está presente o outro, sob a espécie do pão está presente a substância do Corpo, como foi mostrado, mas também o Sangue a Alma e a Divindade, uma vez que não é possível separá-los.[4]
Portanto, quando recebemos a Eucaristia, é a Ele próprio que recebemos. Aquele mesmo que nas ruas da Galiléia curava os doentes, os coxos, os paralíticos... Aquele mesmo que Se deixou crucificar, "o Justo pelos injustos" (1Pedro 3, 18) a fim de salvar-nos; "Só" isso? Não! O próprio Deus Uno e Trino vem habitar-nos, mas este, será tema para um nova artigo.[5]
Tão grandioso mistério, não podemos compreender, mas nossa Fé nos assegura. "Quod non cápis, quod non vídes, animósa fírmat fídes, praetes rérum órdinem".[6]

Notas:
[1] DS 1653.
[2] Cf. S.Th. III q.75, a.7.
[3] Cf. S. Th. III q.77, a.1.
[4] Cf. Contra Gentiles, 4, 64; III, q. 76, a. 1.
[5] Cf. VVAA. Lexicon dicionário teológico enciclopédico. Trad. João Paixão Netto; Alda da Anunciação Machado. São Paulo: Edições Loyola, 2003. Pág. 108-110.
[6] Cf. Missal Romano: I lecionário dominical. São Paulo: Edições Loyola, 2003. Pág. 985.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Canal de São Josemaria no YouTube

O Youtube conta com um canal de vídeos, legendados em português, sobre São Josemaria. O canal inclui também vídeos do Papa Bento XVI em discursos e homilias em que fala sobre o fundador do Opus Dei.


“Na linha do horizonte, meus filhos, parecem unir-se o céu e a terra. Mas não, onde de verdade se juntam – diz São Josemaria – é nos vossos corações, quando viveis santamente a vida corrente”. Parte da vida corrente de milhões de pessoas é passada diante de um computador, na Internet.


YouTube é um meio que permite entrar em contato – encontrar-se – “com cristãos de todo o mundo, com crentes de todas as religiões, com não-crentes e pessoas de todas as culturas. Também aqueles que não acreditam, caíram no desânimo, mas cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas” (Bento XVI, 24 de janeiro, 2010).
Por isso foi criado um canal de vídeos dedicado a São Josemaria no YouTube.

Nascido em fevereiro de 2005, 30 anos após a partida de São Josemaria para o céu, o YouTube permite a milhões de pessoas descobrir, visualizar e compartilhar os seus vídeos. Os vídeos do YouTube podem ser vistos em todo o mundo. Podem conhecer-se, em primeira mão, acontecimentos atuais, procurar vídeos relacionados com hobbies e interesses, e descobrir coisas divertidas, excêntricas e insólitas.

Através do YouTube também se pode aprender. E pode rezar-se, falar com Deus. Para isso se criou um canal dedicado ao fundador do Opus Dei, com testemunhos, reportagens sobre a sua vida e o impacto dos seus ensinamentos, a devoção a São Josemaria no mundo, iniciativas nascidas graças ao seu impulso e, sobretudo, numerosos videoclips em que se recolhem momentos de encontros de São Josemaria com muitas pessoas, durante as suas viagens por diversos países.

São Josemaria ajuda-nos a conhecer e a amar Jesus Cristo, a querer a Nossa Senhora, faz-nos descobrir como santificar o trabalho, com exemplos práticos, episódios engraçados ou emocionantes e torna-nos mais fácil encontrar Deus na vida corrente.

Diariamente, é lançada e reproduzida no YouTube uma infinidade de vídeos. De fato, em cada minuto entram no YouTube 20 horas de vídeo. Os utilizadores do nosso canal – tal como os do YouTube - apresentam um amplo leque de idades, divididos uniformemente entre homens e mulheres, e abarcam toda a geografia: desde países como Argentina, Suécia, Arábia Saudita e Líbano até à Tailândia, China ou Senegal.

Para se manter atualizado sobre os novos vídeos que vão sendo adicionados, pode-se tornar-se assinante do canal.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os sacerdotes que abusaram de mim

Segue a livre tradução de um texto bastante forte sobre as tremendas experiências que uma pessoa teve com alguns sacerdotes. Ouso dizer que esses formam parte da maioria. Cuidado com eles…
“Quanto era muito criança, sem ter consciência, sem liberdade, sem poder defender-me, um deles me fez filho de Deus, herdeiro da Vida Eterna, Templo do Espírito Santo e membro da Igreja, nunca poderei perdoar-lhe por ter-me feito tanto bem.

Outro insistiu em meus tenros anos em inculcar-me, violentando a minha vontade, o respeito pelo nome de Deus, a necessidade absoluta da oração diária, a obediência e a reverência aos meus pais, o amor pela minha pátria, e me ensinou a utopia de não mentir, não roubar, não falar mal dos outros, perdoar e todas essas coisas que nos fazem tão hipócritas e ridículos…

Outro apareceu mencionando que o Espírito Santo devia vir completar a obra começada no Batismo, que me fariam falta seus dons e seus frutos, que já era hora de que viesse em minha ajuda Aquele que me faria defender a Fé, como um soldado. Que ousadia falar em termos tão bélicos! Fez nessa época que eu cuidasse minha alma frente ao mundo, que fosse nobre, leal e honesto…

Outro abusou dando-me livros para ler, não lhe bastassem seus conselhos, que faziam colocar o olhar na eternidade e viver como estranho aqui na terra. Quem tirará agora da minha cabeça os quatro Evangelhos? As glórias de Maria? A imitação de Cristo? As Confissões? As Moradas? Etc. Quem será capaz de curar-me de todos esses tesouros que me marcaram para sempre?

Outro abusou da minha ignorância ensinando-me coisas que não sabia. Outro não falava, mas sua vida virtuosa me inclinava cada vez mais a imitá-lo. Houve alguns que se aproveitaram de mim em momentos inesperados e me corrigiram, me alentaram, e até rezaram por mim.

Outros, quando eu já estava em um círculo do qual não podia sair, insistiram com minha natureza caída e me incitaram a receber a Jesus Cristo em Corpo e Sangue, para resistir aos embates do inimigo, para fortalecer minha fraqueza e santificar-me cada dia mais. Embora, para aquele que leia esta denúncia, pareça que isso já é demasiado e que não seja possível, digo-lhe que os abusos seguiram aumentando, e tudo passou a coisas maiores. Cada vez que conhecia um sacerdote, se aproveitava de mim com renovados métodos, relíquias, santinhos, água benta, terços, bênçãos e orações de todo tipo, armavam um cerco com tremendos benefícios que chegaram ao limite do suportável.

Quero deixar clara esta injustiça cheia de perversidade, e que atendam a minha reclamação nesta denúncia, por que sei que alguns deles estarão esperando-me para seguir com essa iniqüidade, sentado num confessionário ou ao lado de minha cama quando estiver moribundo, e, ainda que desapareça, seguirão com sufrágios pela minha alma e súplicas de misericórdia.

Quero que se somem a minha voz todos aqueles que foram vítimas desses incidentes, e se sentiram ultrajados por estas pessoas, pois sei que a outros os uniram em matrimônio, a outros lhes descobriram a vocação, a outros até chegaram a ajudar-lhes materialmente ou guardaram com chave em seu coração, para sempre, segredos tremendos de suas misérias humanas.

Cuidemos seriamente para não termos trato com eles. Não demos a eles nossos dados. Não os olhemos nos olhos, não os consultemos absolutamente para nada. Não sigamos nenhum de seus passos, pois corremos o risco de um dia cair em suas armadilhas e salvar-nos eternamente”.

Autor: Gustavo Caro